terça-feira, 29 de março de 2011

Meias palavras...

Se dependesse só da minha vontade, voltaria alguns anos no tempo e mudaria o final da história...

domingo, 20 de março de 2011

"Começou" a Copa Sabesp de Parakart...

Oi amigos...

Pois é... Como eu vinha anunciando há alguns dias, começou a Copa Sabesp de Parakart. Quer dizer, começou entre aspas.

O kartódromo estava cheio, tivemos a presença de representantes da Sabesp e de autoridades do Estado, tanto da área esportiva quanto da relacionada às pessoas com deficiência. Além, claro, das nossas famílias e amigos.

A chuva não foi convidada, mas resolveu aparecer só para dar uma esfriada nos ânimos, já que os carros não estavam preparados para rodar na chuva.

Mas não poderíamos frustrar toda essa galera que estava presente, então resolvemos ir para a pista fazer uma corrida de demonstração, sem valer pontos, quase uma brincadeira. Quase, porque é inevitável sentar no carrinho e não querer acelerar... hehehe

No final de tudo, creio que deixamos uma boa impressão.

Quanto a nós, pilotos, a ansiedade só aumentou. Estamos loucos para voltar à pista, e desta vez acelerar para valer.


Enquanto a gente esperava a hora de ir para a pista...

Rolou muito oba-oba antes da corrida. A Rádio Transamérica fez uma farra nos nossos boxes.

E preciso confessar uma coisa: Nem nas 500 Milhas eu vi tanta mulher gost... ops... tanta mulher bonita desfilando pelo kartódromo como nessa etapa.

Algumas promotoras (gatas!) até quiseram tirar foto comigo. Achei estranhíssimo, mas pensei: "Deve ser efeito do macacão novo..." hehehe

Elas ficaram de mandar a foto por e-mail, mas ainda não recebi.

Em compensação, a única foto que eu tenho é a que vem a seguir. Antes de verem, recomendo tirarem do recinto todas as crianças e pessoas com problemas cardíacos e facilmente impressionáveis.

A imagem é forte e chocante... hehehe

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Eu fiz essa mesma cara quando consegui minha primeira vitória em Valinhos: "Hein? Como assim? Eu venci? É sério?"

quarta-feira, 16 de março de 2011

A vida é um cubo... kkkkkkkk

São precisamente 21h46 do dia 16 de março de 2011, e neste instante acabo de bater meu recorde ao resolver o cubo mágico em maravilhosos 1'57"!!!

Estou muito próximo de ultrapassar a fera chinesa abaixo, que realizou o mesmo feito (sem muito esforço, reconheço) em 1'54".

Se cuida, chinesinha!!! Tô chegando!!! kkkkkkkkk

Foram apenas 3 voltas, mas...

... Que delícia! Hoje voltei a acelerar meu carrinho!

Quanta saudade do meu bichinho! Afinal, eu estava parado desde o Endurance em Interlagos, em dezembro do ano passado.

Chegamos ao kartódromo pouco antes do meio-dia. Os carrinhos ainda estavam sendo montados, e por isso nem todos poderiam participar do treino da manhã. Mesmo assim, aproveitei para rever os amigos, jogar um pouco de conversa fora, conhecer o novo visual dos boxes e dos carros do Parakart.

Está ficando tudo muito legal mesmo!

Aproveitei para me pesar e tomei um susto: de novembro pra cá eu perdi 4kg! O que mais me espanta é que venho comendo como um cavalo, abusando do pão e do chocolate.

Não sei se essa balança está certa ou se é aquela usada pelo Ronaldo no CQC... kkkkk

Se for isso mesmo, estou com cerca de 70kg (cheguei a pesar 82kg no final de 2009), meu peso ideal.

A temporada começou bem para mim, pelo menos fora das pistas... hehehe

Mas voltando ao kart. Já havia vários pilotos treinando, quando meu carro ficou pronto. Rapidinho me arrumei e fui acelerar.

Na primeira volta a preocupação era ver se estava tudo em ordem com o carrinho, e também conhecer o traçado. Já segunda volta, vacilei e dei uma rodadinha (é melhor perder a "virgindade" no treino e não na corrida, né... hehehe).

Quando fui completar a terceira volta, bandeira quadriculada indicando final de treino. Só pensei: "Ahhhhhh, já?"

Voltei para os boxes naquela dúvida: ficar para o treino das 17h00 ou não?

Aí falei pra mim mesmo (converso muito comigo... kkkkk): "Quer saber? Tá bom demais! Ficar aqui até as 5 da tarde só para dar mais umas dez voltas? Vou não, quero não!" kkkkk

Ah, deu para ver que o carrinho está bom. Apenas pedi para levantar um pouco o volante. Já decorei o traçado. Vamos poupar o equipamento para o sábado, quando o bicho vai pegar pra valer.

Estou apenas um pouco preocupado com a largada, afinal seremos 25 pilotos dividindo a primeira curva, alguns ainda sem muita experiência. E estreia... Sacomé, né?

Agora é trabalhar a cabeça e controlar a ansiedade. Coração já está a mil. Como tem que ser... :)

terça-feira, 15 de março de 2011

Agora é pra valer!!!

Bom amigos, como eu venho anunciando há alguns dias, minhas férias acabaram!

Finalmente! Ô vontade doida de sentar no meu carrinho! hehehe

Amanhã vou fazer o primeiro treino do ano.

Para quem não sabe, a coisa funciona assim: As corridas da Copa Sabesp são disputadas aos sábados, em média uma por mês.

Embora o local das disputas seja sempre no Kartódromo Granja Viana, o traçado da pista muda de corrida para corrida, como nos exemplos abaixo:





Por isso, na quarta-feira anterior à corrida, nós fazemos um treino para conhecer o traçado. Também aproveitamos para ver se está tudo em ordem com o kart, ou se é necessário dar alguma mexidinha.

Já no sábado é pra valer. Vamos para a pista fazer um treino de classificação de 10 minutos para definir a ordem de largada, e logo na sequência alinhamos os karts para a disputa da corrida, que tem duração de aproximadamente 15~20 minutos.

Parece pouco, mas acreditem: Eu saio uma bagaceira do carrinho... hehehe

Os seis primeiros colocados vão para o pódio e recebem trofeus.

Ano passado eu consegui 5 pódios, fora as duas vitórias em Valinhos. Fui oitavo na Campeonato Brasileiro e sexto na Copa São Paulo.

Este ano a disputa será ainda maior, com muitos pilotos lutando pelas primeiras colocações.

Minha expectativa é conseguir alguns pódios e terminar novamente entre os seis primeiros.

Por isso é tão importante começar o ano com o pé, ou melhor, com a mão direita... hehehe

E para isso conto com a torcida de todos vocês, no kartódromo ou em casa pela internet.

A entrada no kartódromo é totalmente "di grátis", e durante todo o dia tem competição, nas mais diversas categorias.

Quem quiser acompanhar pela internet, é só clicar no link no site do kartódromo: www.kartodromogranjaviana.com.br/.

Lembrando que vou para a pista em torno de 15h30.

E vamos que vamos! :)

sexta-feira, 11 de março de 2011

Tá chegando a hora...

Oieee... Olha eu passando aqui de novo só pra lembrar a todos que a temporada 2011 do Parakart vai começar...

Nossa primeira corrida será no próximo sábado, dia 19 de março, no Kartódromo Internacional Granja Viana.

Quem puder comparecer ao kartódromo, está mais que convidado. Quem não puder, tem a opção de acompanhar nossa corrida ao vivo pelo site do kartódromo.

Ah, e um detalhe importante para meus fãs e torcedores fiéis... Este ano vou correr com o número 7.

É fácil... Basta olhar para a imagem abaixo e lembrar que o pangaré número 7 sou eu... hehehe

Bom fim de semana a todos!!!

terça-feira, 8 de março de 2011

8 de Março...

Olá mocinhas...

Hoje é dia de dizer aquilo que nós, homens, deveríamos dizer todos os dias do ano, várias vezes ao dia:

Obrigado por serem assim, maravilhosas, inteligentes, dedicadas, divertidas, lindas e tantas outras coisas boas.

Obrigado também pela paciência conosco... hehehe

Vocês são realmente criaturas admiráveis, e com sua presença tornam o mundo bem mais bonito, colorido e perfumado!

Beijo no coração de cada uma!


sábado, 5 de março de 2011

Parakart 2011: Vai começar!!!

Depois de longas férias, finalmente vai começar a temporada 2011 de Parakart.

Na última quinta-feira, dia 3 de março, fizemos uma reunião para conhecermos os detalhes da parceria do Parakart com a Sabesp e do regulamento da Copa Sabesp de Parakart 2011.

Abaixo vocês podem dar uma espiadinha no nosso "brinquedinho", e também ficar por dentro do nosso calendário 2011.

E desde já, sintam-se convidados a comparecer ao Kartódromo Internacional Granja Viana para torcer e prestigiar.





CALENDÁRIO PARAKART 2011

19 Mar - Copa Sabesp de Parakart (1ª etapa)
09 Abr - Copa Sabesp de Parakart (2ª etapa)
07 Mai - Copa Sabesp de Parakart (3ª etapa)
28 Mai - Copa Sabesp de Parakart (4ª etapa)
18 Jun - Copa Sabesp de Parakart (5ª etapa)
* 17 Jul - Campeonato Brasileiro de Parakart *
06 Ago - Copa Sabesp de Parakart (6ª etapa)
27 Ago - Copa Sabesp de Parakart (7ª etapa)
24 Set - Copa Sabesp de Parakart (8ª etapa)
22 Out - Copa Sabesp de Parakart (9ª etapa)
12 Nov - Copa Sabesp de Parakart (10ª etapa)

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Quem Manda Aqui? (Ou Crônica de Um Pelo Obstinado)

Saiba que se você continuar lendo este texto, o fará por sua conta e risco. Não adianta me cobrar depois pelo seu tempo perdido.

Eu tenho um pelo na minha sobrancelha direita - ou seria a esquerda? Não, é a direita mesmo! - que insiste em nascer no sentido oposto aos demais.

No princípio eu achava isso engraçado, me tornava especial, diferente das outras pessoas.

Até que me interessei por uma menina, e por questão unicamente estética (não queria que ela tivesse uma impressão ruim) decidi remover o tal pelo.

Pode parecer algo radical exterminar um pelo cujo único pecado foi não ser como os outros. Mas todos sabem que quando se tem alguma marca, cicatriz, verruga ou algo do gênero, é justamente para ali que as pessoas olham. E eu não queria que a menina ficasse com o olhar fixo no meu pelo.

Decisão de remover o pelo tomada, faltava descobrir uma maneira de fazê-lo. Pensei em simplesmente apará-lo com uma tesoura, mas ele continuaria ali, camuflado entre os demais, podendo ser descoberto a qualquer momento.

Como eu era solteiro, não tinha pinça (mais adiante falarei sobre esse instrumento de tortura). Só me restava segurá-lo com os dedos e puxá-lo. O problema dessa técnica (se pudermos chamá-la assim) é que eu não tenho unha. Sempre as roí (mas isso é tema para uma outra conversa). Então precisei de incontáveis tentativas, todas doloridas, até finalmente me livrar do tal pelo.

Apenas duas coisas se passaram pela minha cabeça nesse momento: como é possível as mulheres aguentarem com frequência essa tortura, e como era bom saber que não teria mais que passar por isso.

O resultado do meu encontro com a tal menina não vem ao caso, mas você pode matar a curiosidade abrindo na página 342 do meu livro entitulado "As Mulheres Que Nunca Peguei na Minha Vida".

Algum tempo depois, aqui estava eu pensando na infinitude humana face à imensidão do universo, e em como ia conseguir dinheiro para pagar a conta de telefone, quando passei os dedos pela minha sobrancelha e senti algo me pinicar.

Logo peguei um espelho (é uma das maneiras mais eficientes que encontrei para ver meu próprio rosto) e após alguns segundos de busca um calafrio percorreu minha espinha, desde a nuca até a marquinha de biquín... ops... até a marca de sunga deixada pelo Sol ao queimar meu corpo másculo, viril e imune a qualquer resquício de boiolice.

Sim, meus amigos. Para minha surpresa lá estava o pelo do contra, como quem canta a velha canção: "Eu voltei, agora pra ficar..."

Como ele ainda não era longo o suficiente, não pude arrancá-lo como da primeira vez. Só o que me restou foi vê-lo crescendo dia após dia, desrespeitoso, desafiador.

Não sei bem ao certo quanto tempo precisei esperar, mas a sensação de impotência após cada tentativa frustrada de segurá-lo fez com que os dias parecessem semanas, meses.

Finalmente o dia chegou, e novamente após várias tentativas regadas a dor e desejo de vingança, ei-lo em minhas mãos.

Desta vez não o joguei pela janela, para que o vento não o trouxesse de volta (até hoje acredito que foi isso o que aconteceu). O joguei no vaso sanitário. E dei não apenas uma ou duas descargas, mas três!

Porém eu não poderia jamais imaginar que o raio caísse mais de uma vez no mesmo lugar. E numa tarde chuvosa de outono, lá estava ele de novo: o pelo!

Desta vez eu não queria passar pela tortura de esperá-lo crescer, então apelei para uma profissional. Peguei o telefone, e contei toda a história para minha mãe. Ela riu (mães às vezes são tão sádicas e insensíveis) e disse: Use uma pinça, ué!

Sim, meus amigos. A disputa havia tomado uma proporção muito maior. Se tornara uma luta armada!

Pra quem não sabe, uma pinça é um instrumento parecido com aqueles dois pauzinhos utilizados para comer comida japonesa, só que de metal, menor e mais fácil de segurar.

De posse de minha pinça, lá fui eu enfrentar meu inimigo. Após algumas tentativas frustradas e uns dez pelos arrancados por engano (entre lágrimas e palavrões), decidi usar também o espelho.

Melhor equipado e experiente, e tomando cuidado para evitar outras baixas, obtive uma nova vitória. E como reconhecimento à perseverança de meu oponente, dei a ele um funeral inspirado nos antigos ritos nórdicos: taquei fogo no bicho!

Mas, tal qual a lendária Fênix, ele parece ter ressurgido das cinzas e em poucos dias estava pinicando as pontas de meus dedos.

E assim tem sido nossa relação desde então. O pelo cresce um pouquinho, eu pego a pinça e o espelho, e o retiro de minha face cansada e marcada pelo tempo. E logo ele volta a crescer.

A única explicação para tanta teimosia do bendito pelo é que possuímos o mesmo DNA.

Hoje, apesar de ninguém dar o braço a torcer, ao menos aprendemos a nos respeitar. Ele ali na minha sobrancelha, irritantemente crescendo no sentido contrário dos outros pelos, e eu com minha pinça.

E por falar nisso, cadê essa pinça? Tenho certeza de que senti uma coisinha aqui me pinicando...

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Como é...

Hoje acordei com a triste notícia de que o piloto de F1 Robert Kubica sofreu um grave acidente numa disputa de rali. Ele sofreu fraturas múltiplas e corre o risco de perdeu a mão direita.

Peço a Deus que o ajude, porque a informação que temos é que se trata de um grande cara, ótimo caráter, e que se dá bem com todo mundo. O tipo de cara em quem eu me inspiro.

Essa notícia me deixou com vontade de falar um pouquinho desse meu esporte, empolgante sim, mas perigoso.

Uma das primeiras perguntas que sempre me fazem é que velocidade atingimos. Com nosso motor de 13 HPs cheguei a atingir 82km/h no final da reta de chegada. E a velocidade média por volta fica em torno de 65km/h.

Pode parecer pouco, se compararmos com nossos carros de passeio circulando por rodovias ou grandes avenidas.

Mas não é bem assim.

O kart fica coladinho no chão, e ver os asfalto assim tão de perto dá uma sensação de velocidade muito maior.

Além disso, não temos amortecedor e a pista não é um tapete. Pelo contrário. Em alguns trechos o kart pula demais, bate demais o fundo no asfalto, e o resultado disso são dores por todo o corpo depois das corridas.

Também existem as tais zebras e com frequência passamos por cima delas, batendo as costelas nos nossos duros bancos de plástico ou fibra. Quem já tomou uma boa pancada nas costelas, sabe do que estou falando. Dói, dói muito!

Nossos freios também não são nada confiáveis, e com as ondulações da pista a sensação é de que ao final da reta os freios não vão segurar, e vamos passar reto, indo parar nos pneus.

Como em qualquer competição, estamos sempre no limite. E para fazer um bom tempo na classificação, muitas vezes precisamos ir além do limite. E nessas horas qualquer erro ou imprevisto pode ser fatal. Na maior parte do tempo, não há margem para erros.

A verdade é que se eu for ficar pensando nisso tudo antes da corrida, meu bom senso não me deixaria nem sentar no kart.

Mas não é assim que a coisa funciona. A paixão pela velocidade, a vontade de superar os próprios limites é viciante, é empolgante.

E quando não estou pilotando, eu sinto um vazio. É o meu mundo, ali sou eu e apenas eu. E Deus, claro!

Que chegue logo o dia 19 de fevereiro, para eu voltar a acelerar meu kart 34.

E viver de novo todas essas emoções. :)

domingo, 30 de janeiro de 2011

"Somos serra e litoral, nosso final é simples: Tchau!"

TCHAU
Catedral


Me cansei dos teus desenganos
Não entendo a tua fala
Nossa casa está vazia
Hoje à noite é o meu dia
Nossa vida virou novela
E eu não sou nenhum personagem
Que se enquadre em teus delírios
Quero andar nas ruas e sentir frio
No calor, quero estar sozinho...

Me cansei das tuas mentiras
Eu não quero esse dia-a-dia
Não consigo fazer promessas
Tenho apenas o que me resta
O teu jeito não me abala
Não me sinto bem no teu jogo
Vou voar mais alto que as nuvens
Entender de vez esse meu vazio
Te encontrar prá não ser sozinho...

Tudo é sempre a mesma coisa
O mesmo jeito, toda vez
Tudo é muito relativo
E a distância já nos fez
Somos serra e litoral
Nosso final é simples
Tchau!


sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Ser cadeirante ou estar cadeirante...

Mais um texto que resolvi republicar, pois tem a ver com o anterior. Este foi escrito em abril de 2010.


SER CADEIRANTE OU ESTAR CADEIRANTE...

A meu ver, existe uma diferença entre ser cadeirante e estar cadeirante.

E antes que passe pela cabeça de alguém me criticar pelo que vou escrever aqui, me chamando de derrotista, pessimista ou coisa parecida, vou logo dizendo que é a minha opinião pessoal, e o que vale para mim pode não valer para as outras pessoas e vice-versa.

Para mim, estar cadeirante significa passar uma temporada na cadeira de rodas. Essa temporada pode variar de alguns dias até alguns anos, dependendo da origem do problema. Mas independente do tempo, cedo ou tarde essa pessoa vai voltar a andar.

Eu sou cadeirante. Há dez anos. Essa é a minha realidade, e é baseado nela que eu toco minha vida. O que aconteceu comigo foi algo sério, grave, e apesar de todos os avanços da medicina, ainda não existe uma cura.

Com frequência recebo notícias de lesados medulares voltando a terem sensibilidade, e até dando alguns passos. É animador e traz esperança. Por enquanto é apenas isso, o que já é muito, pois esperança é algo fundamental na vida de qualquer pessoa, cadeirante ou não.

O fato é que a maior das limitações não está no físico, e sim no psicológico. Ser cadeirante não significa ser incapaz. Muito pelo contrário. Se deixamos de fazer algumas coisas, nos descobrimos capazes de fazer outras tantas. É apenas questão de não se acomodar, de não se esconder, de sair de casa, de conhecer pessoas, de ir à luta.

Ao lesionar minha medula, eu precisei me redescobrir. De um dia para o outro, sem nenhum preparo, me vi num corpo desconhecido para mim, totalmente diferente do que eu estava acostumado.

Mais de dez anos depois, me sinto como se sempre tivesse sido cadeirante. Rever fotos antigas de antes do acidente é, para mim, algo meio estranho. Parece que aquele cara das fotos nunca existiu, parece que não sou eu.

Hoje vivo com um pé na esperança de um dia voltar a andar, e as quatro rodas bem apoiadas no chão, sabendo que isso é praticamente impossível.

Porque primeiro deve ser descoberta uma cura, e depois essa cura tem que estar acessível a mim, financeiramente falando. Se para a medicina, um prazo de 10, 15 ou 20 anos é algo plausível, para mim significa um tempo meio que... longo demais.

Por isso vou tocando a vida como uma pessoa normal. Busco ser feliz como qualquer um, e pra mim isso significa dar muito beijinho na boca linda e macia da Letícia, não deixar nada faltar para minha mãe e meus filhos, poder acelerar cada vez mais meu kart, errar, acertar, cair, levantar, enfim... Viver!

Lição de vida ou apenas o desejo de ser feliz?

Uma vez uma amiga pediu que eu escrevesse algo para ser publicado no site da Rede Saci, destinado a pessoas com deficiência.

Estes dias fiz uma nova amizade, e comentei que sou cadeirante e piloto de kart. Ele elogiou minha iniciativa, minha alegria, e isso me fez lembrar daquele artigo.

É de 2004, mas continua atual pra mim, já que minha maneira de pensar continua a mesma.

Espero que gostem. Pelo menos podem conhecer o meu ponto de vista sobre o assunto.


LIÇÃO DE VIDA OU APENAS O DESEJO DE SER FELIZ?

Primeiro vou me apresentar. Me chamo Alex, tenho 33 anos, e estou paraplégico há quatro anos e meio devido a uma lesão por arma de fogo após reagir a um assalto.

Acredito que quando uma coisa como essa acontece, devemos nos apegar naquilo que nos restou, e não naquilo que perdemos. E acreditem, um paraplégico ainda tem muito o que fazer na vida.

Hoje em dia, por exemplo, estou fazendo teatro. Algo impensável antes do acidente.

Faço parte de um grupo teatral chamado Oficina dos Menestréis. Mais especificamente, participo de um projeto experimental desenvolvido pelo diretor Deto Montenegro.

Esse projeto teve início em maio de 2003, e a proposta do Deto era formar um grupo com cerca de vinte cadeirantes com o intuito de montar um espetáculo teatral/musical.

Tivemos quatro meses de curso, cujo método original - destinado a andantes - foi totalmente adaptado para os cadeirantes pelo Deto, e quatro meses de montagem do espetáculo. A peça escolhida foi o musical Noturno, de Oswaldo Montenegro.

Foram quatro apresentações em dezembro de 2003, todas com "casa cheia". O resultado foi tão bom que voltamos com mais duas temporadas, uma em fevereiro e outra em março de 2004, num total de quatorze apresentações.

O mais legal nisso tudo é que, ao final de cada apresentação, o público tinha total liberdade para subir no palco e vir falar com o elenco.

E foram inúmeros os casos de pessoas virem falar comigo com lágrimas nos olhos, confessando terem vivido uma das maiores emoções de suas vidas. Algumas nunca tinham ido a um teatro, e se diziam gratas por termos lhes proporcionado momentos tão bons.

Claro que tudo isso envaidece, massageia o ego. Você estar fazendo algo que gosta, e ter o seu trabalho reconhecido é algo que não tem preço.

Isso sem falar naquelas pessoas que diziam que nós éramos lições de vida, por sermos deficientes e mesmo assim mostrarmos tanta alegria, tanta disposição.

Esperem aí. Demorei mas cheguei onde eu queria.

O que uma pessoa portadora de deficiência mais deseja? Se tornar uma lição de vida ou simplesmente fazer as mesmas coisas que uma pessoa dita "normal"?

Acredito que a segunda opção é a mais correta. Afinal, nós lutamos contra qualquer tipo de discriminação, e isso significa que queremos ser iguais a todo mundo.

Confesso que eu nunca acordei e pensei: "Bom, hoje darei uma lição de vida pras pessoas". Pelo contrário, eu acordo e penso: "Pô, eu queria dormir mais um pouco, mas tenho que trabalhar (ou estudar, que seja)". Além disso, seria muita pretensão eu, com tantos defeitos, querer servir como lição de vida.

O xis da questão é esse. Um deficiente quer trabalhar, estudar, namorar, se divertir como qualquer pessoa. Queremos fazer essas coisas não pra servirmos de exemplo nem darmos uma lição de vida pras pessoas. Queremos fazer essas coisas porque isso nos faz felizes. Não fazemos isso pelos outros, fazemos por nós mesmos.

Não há mal nenhum no fato das pessoas ficarem admiradas ao verem um deficiente superar algumas barreiras. Se de alguma forma isso animar as pessoas a tentarem resolver seus problemas, tudo bem.

Só não podemos deixar esse tipo de coisa nos subir à cabeça, e começarmos a achar que somos mais do que alguém. Não somos mais, nem menos. Somos iguais.

Queremos apenas ser felizes. Afinal, ser feliz é uma necessidade.

*Alexander Corrêa de Araujo, 33 anos, é ator. Aos 29 anos ficou paraplégico após reagir a um assalto.



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*Nota: Artigo publicado na Rede SACI em 26.Abr.04.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Crônica...

DESCALÇA
Alexander Porahy


Homens engravatados e mulheres de salto alto desfilando por aqueles longos corredores. Enquanto ela aguarda para falar com um deles, só tem uma certeza em seu coração: gostaria de estar em qualquer lugar, menos ali.

Não que seja uma menina inocente cercada por tubarões. Ela sabe muito bem desempenhar o seu papel. Tem jogo de cintura, conhece as regras do jogo.

Talvez por isso mesmo não suporte mais esse lugar de pessoas bem vestidas e mal intencionadas.

Perdida em pensamentos, se lembra de um tempo em que a vida era simples e gostosa. A biblioteca de painho, as estórias que ele lia para ela, e que a tornaram apaixonada por livros. Inesquecíveis A Ilha do Tesouro e Reinações de Narizinho!

Ah brisa quente de Itaparica, que envolve e faz sonhar! Os melhores momentos de sua vida foram passados lá. Pés no chão, banhos de rio e de mar, quanta saudade!

Agora é obrigada a conviver com a frieza do mármore e dos corações. Ela acompanha o tic tac lento e torturante do relógio, contando os minutos que faltam para finalmente se ver livre de novo.

Quer voltar para sua Bahia tão amada, para o fim de tarde com amigos, para os vestidos leves e os pés descalços.

Enquanto não pode, se refugia em seu reino encantado, virtual e carinhosamente preparado. Ali encontra o aconchego que o belo apartamento funcional não lhe pode oferecer.

“Ele já pode recebê-la.”

Com essas palavras ela desperta de seus devaneios. Após horas de espera, finalmente terá sua entrevista.

Perguntas feitas, perguntas respondidas. Hora de voltar para casa.

Casa? Sua casa, seu verdadeiro lar, está a centenas de quilômetros dali.

Ela sonha com o dia em que poderá se declarar livre. Nesse dia jogará os sapatos para o alto, e descalça correrá para o aeroporto.

E ao fundo, alguém estará cantando:

“I don´t want to stay here
I wanna to go back to Bahia”


sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Mente vazia igual a...

Dia desses uma amiga me falou desta música. Fui procurar a letra, e percebi que não havia tradução para o inglês.

Em solidariedade aos cerca de 1,4 bilhão de falantes do idioma inglês, resolvi traduzir esse clássico da MPB: Kirika na Buçanha, de Gerônimo.

KIRIKA NA BUÇANHA
Gerônimo


Só gosto de namorar
no escuro (bis)

Agarradinho amor
no escuro (bis)

Se você vem me beijar
no queixo (bis)

Só se for na boca
eu deixo (bis)

Kirika na buçanha
é o caminho do amor
Kirika na buçanha
é o caminho de se amar
Kirika na buçanha
é o caminho da felicidade
Kirika na buçanha



KEEREEKA IN BUSANIA
Gerônimo (Translation (?): Alexander Porahy)


I just like dating
in the dark (2x)

Grabbed, oh my love,
in the dark (2x)

If you come kiss me
on the chin (2x)

I let you kiss me only
my mouth (2x)

Keereeka in busania
is the way of love
Keereeka in busania
is the way to love someone
Keereeka in busania
is the way to happiness
Keereeka in busania


sábado, 15 de janeiro de 2011

Água...

Hoje pedi permissão ao planeta e me dei o direito de um banho bem demorado.

Ali, com a água morna caindo na cabeça, muitas lembranças me vieram à mente. Pensei no quanto eu e esse elemento precioso estamos ligados.

Muitas de minhas melhores recordações estão relacionados com a água.

Água do mar... Tão bom ficar ali flutuando nas marolas, com o céu como testemunha. O cheiro do mar, a maresia, água de coco e meninas de biquini... kkkkkkkk

Água de rio, de cachoeira... Trilhas desastradas, sobes e desces cansativos, quase exaustivos, e um banho gelado de cachoeira como recompensa...

Água dos céus... Banho de chuva, brincadeiras de criança como chutar poças d´água, ou simplesmente deixar a chuva lavar o corpo e a alma...

A água estimula meus cinco sentidos... Adoro o cheiro da terra, da grama molhada, sinto prazer quando ela escorre pelo meu corpo me aquecendo ou refrescando, fico romântico ao observar a chuva pela janela do meu quarto, durmo bem ao ouvir as gotas de chuva no telhado, e que delícia um simples copo d´água quando se tem sede!

Somos cerca de 70% água. Também cerca de 70% da superfície do nosso planeta são cobertos por água.

Paradoxalmente, a água pode destruir, pode matar.

Mas, acima de tudo, água é vida, é bênção de Deus!

Isso é, no mínimo, curioso... kkkkkkk

Sei que praticamente ninguém visita isto aqui, mas tudo bem.

É um espaço pra que os amigos possam visitar quando querem saber o que ando aprontando.

Porém, para minha grata surpresa, este é um espaço mais globalizado do que eu imaginava... kkkkkk

A imagem abaixo prova isso:

Clique na imagem para ampliar


Vejam meu relatório de visitas:



É natural que minha fama tenha chegado a lugares como Estados Unidos, Argentina, Portugal, Alemanha e França. Mas... Suiça? Romênia? Bulgária? Rússia? Malásia? Uau, sou praticamente uma celebridade mundial... kkkkkkkkk

A meta pra este ano é conseguir uma visita da África, e uma da Oceania. Aí estarei presente em todos os continentes... kkkkkkkk

Deu no site da Sabesp...

Velocidade que deixa para trás as diferenças

Superar barreiras. Algo comum no dia a dia de todos, mas essa frase ganha significado especial na vida desses atletas que superam altas velocidades e batem limitações físicas. Apoiada pela Sabesp, a equipe de Parakart lança a Copa Sabesp de Parakart, com início em 19 de fevereiro.

Em cerimônia na tarde do dia 11, no antigo Parlatino do Memorial da América Latina- prédio que atualmente sedia a Secretaria Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência - Fábio Uzunof, organizador do evento esportivo, prestou homenagens à secretária doutora Linamara Batistella, fisiatra há mais de 30 anos. A pasta foi criada há três anos, durante o governo de José Serra. “A escolha da doutora Linamara como nossa madrinha na competição de Parakart é gratificante, pois eu a indico como a maior autoridade para falar sobre a pessoa deficiente”.

Representada por Luiz Antonio de Castro Olyntho, a Sabesp assinou o contrato de incentivo através da Lei do Esporte e tornou-se a patrocinadora master do campeonato de kart para pilotos com deficiência física. Olyntho falou da ampla ação de apoio da empresa ao esporte, inclusive a outras modalidades desportivas que promovem a inclusão de deficientes. “A iniciativa de apoiar o Parakart consolida o programa de inclusão social iniciado pela Sabesp há dois anos e que inclui o patrocínio à equipe paraolímpica do Esporte Clube Pinheiros”.

Também presente, Cleyton Pinteiro, presidente da Confederação Brasileira de Automobilismo, agradeceu o patrocínio e se emocionou ao falar da importância da parceria. “Obrigado Sabesp, vocês estão dando apoio a um projeto maravilhoso. Nenhuma das categorias automobilísticas é mais importante para a CBA do que o Parakart. Com o apoio que a Sabesp empresta a esta categoria, poderemos levar a um número maior de cidadãos a possibilidade de praticar um esporte que, de outra forma, não teriam condição”.

Após a apresentação de um vídeo sobre a modalidade, a secretária falou sobre a iniciativa. “Pessoas com deficiência fazem parte da diversidade do mundo. Avançar no processo civilizatório, conferir legitimidade à cidadania de uma sociedade, é garantir o direito de todos. Justiça é direito de escolha. Direito de escolha até mesmo do esporte ao que quero me dedicar. São Paulo está dando um grande exemplo pro mundo através do Parakart”.

“A responsabilidade social é um dos pilares da ação da Sabesp. Certamente porque trabalhar com meio ambiente e garantir saneamento já é parte importante da saúde e do desenvolvimento de uma sociedade, mas ela vai além. A Sabesp tem sido uma grande parceira dessa secretaria não apenas financeiramente, ela também incorpora o conceito de que é preciso atender a todas as demandas da sociedade”, ressaltou Linamara.

Representando os atletas da categoria, Tales Lombardi vestiu mais do que a camisa da Copa Sabesp de Parakart. O piloto desfilou com um macacão com a marca da empresa e da categoria e personificou a paixão de todos os presentes pelo esporte. “O automobilismo por natureza é muito caro e esse incentivo vai trazer mídia, melhorias nos equipamentos, etc. Mas, acima de tudo, vai mostrar para todos, deficientes e não deficientes, que é possível fazer coisas inimagináveis se tivermos apoio”.

O projeto do Parakart teve início pelo preparador Domingos Zamora e pelo empresário Neidyr Cury Filho, em 2008. Disputada há três temporadas, a categoria foi homologada pela CBA e em 2009 teve seu primeiro Campeonato Brasileiro. Em 2011, o campeonato leva o nome de Copa Sabesp de Parakart e espera a participação de 20 competidores.








Fonte: Sabesp

Ótimas notícias...

Hoje abri meu e-mail, e recebi uma ótima notícia: o Parakart conseguiu fechar um contrato de patrocínio para a temporada 2011.

Daqui em diante nosso antigo macacão vermelho e branco dará lugar ao novo azul e branco da SABESP.

Que essa parceria possibilite trazer novos irmãozinhos cadeirantes ou muletantes para o nosso esporte, que tanto nos dá prazer e melhora tanto a nossa autoestima, como a de nossas famílias e amigos.

Confissão...

Ok, ok... Não posso esconder isso de vocês nem mais um segundo...

Às vezes eu abandono este blog, e quando algumas novidades se acumulam eu venho e posto tudo de uma vez, mas com data retroativa... kkkkkkkk

Acabei de postar, por exemplo, falando das 500 Milhas da Granja Viana e do Torneio Endurance em Interlagos, mas coloquei as datas em que os eventos ocorreram, e escrevi como se tivesse acabado de correr... hehehe

Espero que isto não acabe com o meu restinho de credibilidade... kkkkkkkkk