sábado, 12 de julho de 2014

Giulia e Alex...

GIULIA E ALEX
(Alexander Porahy)


– Oi, tudo bem?

– Tudo, e você?

– Tudo. Tô esperando pra nascer, e você?

– Eu também. Aliás, agora falta bem pouquinho.

– Eu tô muito feliz, sabia? Tenho certeza que serei muito bem recebida pelo meu papai e pela minha mamãe.

– Nossa, sabe que eu também? Meus pais tiveram que enfrentar muitas dificuldades pra ficarem juntos. E conseguiram. Então agora eu vou chegar pra coroar esse amor tão bonito!

– E os meus pais então? A história deles não é fácil viu? Antes de se conhecerem, precisaram viver muitas coisas. Ficaram com algumas pessoas, mas nunca foram realmente felizes. Era como se faltasse algo. Chegaram até a desistir.

– Nossa, que triste! Parece até a história dos meus pais.

– É, mas aí é que vem a parte bonita da história. Quando eles já estavam se conformando com a ideia de conviver com esse vazio, o destino os uniu. Assim, por acaso.

– Só falta você dizer que um dia eles começaram a conversar, e à medida que conversavam perceberam que havia uma química entre eles, algo que não podiam explicar...

– Exatamente isso. Parecia que eles se conheciam há muuuito tempo. Tanto que daí até se apaixonarem foi um pulinho... hihihi

– Ééé... com os meus aconteceu igualzinho. Mas mesmo depois que se apaixonaram, eles levaram um bom tempo pra poderem ficar juntos. É como se o amor deles precisasse ser testado. E foi um teste muito difícil. Pra você ter uma ideia, tinha dias em que eles não podiam nem conversar. Meu pai sofria muito com isso, e minha mãe ficava triste ao saber que ele estava assim. Mas ela não podia fazer nada. Era como se estivesse presa, vigiada, impedida de falar com ele.

– Tadinhos né? Com o meu papai e minha mamãe era assim também. Eles tiveram que ter muita paciência, muita compreensão e muito carinho até ficarem juntos. É como você falou. O amor dele estava sendo colocado à prova.

– É triste, muito triste mesmo, gostar assim de alguém e não poder estar junto.

– É mesmo.

– Mas se estamos aqui é porque eles conseguiram né?

– Simmm... Essa é a melhor parte! hihihi... Nossa! O papo estava tão bom que só agora eu percebi. Chegou a minha hora. Preciso ir.

– Vai sim. Não deixe eles esperando.

– Adorei te conhecer. Espero te reencontrar um dia.

– Eu também. E tenho o palpite que não vai demorar.

– Sabe que eu sinto a mesma coisa? A propósito, eu me chamo Giulia, e você?

– Eu me chamo Alex. Muito prazer, Giulia.

– O prazer foi meu, Alex. Agora eu vou, tá? Você não vem?

– Vou daqui a alguns minutos.

– Então até um dia, Alex.

– Até já, Giulia.

* Homenagem às mamães e aos papais que sempre lutaram muito, e nunca desistiram de seus sonhos.



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